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Brasil: Apoiadores de Bolsonaro invadem o Congresso brasileiro e o palácio presidencial

Jun 27, 2023Jun 27, 2023

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva prometeu no domingo punir centenas de apoiadores do ex-líder do país, Jair Bolsonaro, depois que eles invadiram os principais prédios do governo, quebrando janelas e usando móveis para formar barricadas contra as forças de segurança.

Em entrevista coletiva, Lula da Silva descreveu os acontecimentos na capital Brasília como "bárbaros" e disse que a "falta de segurança" permitiu que os partidários "fascistas" de Bolsonaro quebrassem barreiras montadas pelas Forças Armadas do lado de fora do prédio do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e o Palácio Presidencial do Planalto.

"Essas pessoas são tudo o que há de abominável na política", disse ele, acrescentando que "todas as pessoas que fizeram isso serão encontradas e punidas".

Imagens de domingo mostraram grandes multidões em Brasília subindo uma rampa para o prédio do Congresso, onde chegaram à Sala Verde, localizada fora da Câmara dos Deputados, disse à CNN Brasil o presidente interino do Senado, Veneziano Vital do Rogo.

Outros veículos mostraram apoiadores de Bolsonaro entrando no STF e no palácio presidencial, onde a CNN Brasil mostrou a chegada da polícia antimotim e das Forças Armadas brasileiras. O piso do prédio do Congresso foi inundado depois que o sistema de sprinklers foi acionado quando os manifestantes tentaram colocar fogo no tapete, segundo a CNN Brasil. Vídeos adicionais mostraram manifestantes dentro do prédio pegando presentes recebidos de delegações internacionais e destruindo obras de arte.

Escrevendo no Twitter no domingo, Bolsonaro também denunciou as ações de seus apoiadores, dizendo que, embora as manifestações pacíficas e legais façam parte da democracia, "depredações e invasões de prédios públicos como ocorreram hoje, assim como as praticadas pela esquerda em 2013 e 2017, fugir da regra."

As violações ocorrem cerca de uma semana após a posse de Lula da Silva, cujo retorno ao poder após um hiato de 12 anos ocorre depois que ele derrotou Bolsonaro no segundo turno em 30 de outubro.

A administração de Bolsonaro disse anteriormente que estava cooperando com a transição de poder, mas o líder de extrema direita não admitiu explicitamente sua derrota nas eleições e trocou o país pelos Estados Unidos antes da posse de Lula da Silva.

Na noite de domingo, várias horas após as violações, os três prédios foram esvaziados de manifestantes, informou a CNN Brasil. Pelo menos 400 pessoas foram presas, segundo o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.

Os presos "irão pagar pelos crimes cometidos", tuitou Rocha, acrescentando que estão "trabalhando para identificar todos os outros que participaram desses atos terroristas esta tarde".

Horas depois, porém, Rocha foi suspenso do cargo por 90 dias pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

O juiz também ordenou que os militares desmantelassem todos os acampamentos de apoiadores de Bolsonaro em todo o país em 24 horas e disse à polícia para prender qualquer manifestante que ainda estivesse nas ruas, de acordo com uma ordem judicial.

Comandantes das forças armadas, policiais e o ministro da Defesa serão responsabilizados em tribunal se os acampamentos não forem desmantelados, disse Moraes, acrescentando que todas as rodovias devem ser desobstruídas na segunda-feira.

Lula da Silva toma posse como presidente do Brasil em meio a temores de violência de apoiadores de Bolsonaro

Apoiadores de Bolsonaro estavam acampados na capital desde sua derrota eleitoral. O ministro da Justiça, Flavio Dino, havia autorizado as Forças Armadas a montar as barreiras e vigiar o prédio do Congresso no sábado devido à sua presença contínua.

Falando a repórteres após os distúrbios, Dino descreveu os eventos de domingo como "um golpe" e disse que o governo fortalecerá a segurança na capital.

"Ainda tem gente na internet dizendo que vai continuar com atos terroristas. (Mas) não vai conseguir destruir a democracia brasileira", acrescentou.